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🧘 Um Cão Precisa de Controlo ou de Calma? Repensando o Treino e a Conexão

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🧘 Um Cão Precisa de Controlo ou de Calma? Repensando o Treino e a Conexão

A Corrida da Obediência

Vivemos numa sociedade de alta performance e controlo, e muitas vezes transportamos essa mentalidade para o nosso relacionamento com os cães. A primeira coisa que nos dizem é que precisamos de um cão treinado para que ele se encaixe na nossa vida. Mas será que o que o nosso cão mais precisa de nós é de um conjunto de comandos… ou de algo mais profundo?

O Mito do Treino Necessário: A Nossa Necessidade de Controlo

É comum focarmo-nos em ensinar o cão a “senta”, “deita”, “fica”, “junto” e outros comandos de obediência. Embora estes sejam úteis em certas situações, a obsessão por eles revela uma verdade mais profunda:

Ao focarmo-nos exclusivamente na obediência, estamos muitas vezes a satisfazer a nossa própria necessidade de controlo sobre o cão.

Quando forçamos o cão a seguir as nossas regras rígidas sem dar espaço às suas emoções e necessidades naturais, podemos acabar por suprimir a sua essência. Esta supressão, ironicamente, leva a um sentimento de frustração no cão, que não consegue expressar-se e encontrar o seu próprio equilíbrio.

A Lição dos Cães Sem Interferência

Se pararmos para observar cães que vivem com pouca ou nenhuma interferência humana (como acontece em muitos contextos na Índia, Chile e outros países), vemos que eles demonstram uma capacidade de adaptação e uma tranquilidade notáveis.

  • Eles não são robôs de obediência, mas encontraram formas de coexistir e gerir o seu ambiente de forma pacífica.
  • Isto sugere que a capacidade de viver tranquilamente está inerente ao cão, e não é algo que o humano tem de ‘instalar’ através de comandos.

💖 A Dádiva da Calma: O Que Realmente Podemos Proporcionar

Devido ao estilo de vida acelerado que levamos – com horários apertados, smartphones constantes e estímulos infinitos – a coisa mais valiosa que podemos oferecer ao nosso cão não é mais um comando, mas sim momentos de calma e relaxamento na nossa presença.

Estes momentos são simples, mas poderosos:

  1. Estar Sem Fazer Nada: Sentar-se no chão, no sofá ou no jardim, e simplesmente estar.
  2. Desligar o Telemóvel: Remover a distração e o ruído da nossa presença.

Ao proporcionar este refúgio de paz, onde não há exigências nem expectativas, criamos um espaço seguro.

A Transformação da Conexão

É nestes momentos de calma partilhada que a verdadeira magia acontece:

  • Melhor Gestão do Stress: O cão aprende a lidar melhor com as situações que lhe causam ansiedade ou stress porque associa a sua presença à paz.
  • Melhoria da Confiança e Segurança: O cão desenvolve uma confiança profunda em si mesmo e no tutor, sentindo-se mais seguro.
  • Fim dos Comportamentos Indesejados: Ao adotarmos um estilo de vida mais calmo, a causa raiz dos comportamentos que nos incomodam (como latir excessivamente, ansiedade de separação, etc.) perde força. O cão não sentirá necessidade de os mostrar porque as suas necessidades emocionais estão a ser satisfeitas pela sua tranquilidade.

Conclusão: De Treinador a Companheiro

O nosso objetivo não deve ser ter um cão perfeitamente obediente, mas sim ter um parceiro tranquilo e bem-ajustado com quem partilhar a vida.

O verdadeiro “treino” é o nosso: treinarmo-nos a nós próprios para abrandar, respirar e estar presentes. Ao focarmos menos em “senta” e mais em SER, melhoramos radicalmente a vida do tutor e do cão. A conexão é a recompensa, e a calma é o comando mais poderoso de todos.

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